Quais são os Sintomas?
Os sintomas costumam aparecer depois dos cinqüenta anos. Inicialmente percebem-se flutuações da visão. Em alguns momentos - como dirigir sob muito sol - há grande dificuldade em se enxergar. A diminuição do contraste, alterações das cores e embaçamento da visão se seguem com maior ou menor intensidade.
Se você comparar seu olho a uma câmara fotográfica o cristalino é a lente que modifica o foco para dar nitidez a objetos em várias distância. A catarata é o envelhecimento natural do cristalino que se torna opaco. Como o aparecimento dos cabelos branco, a catarata irá se manifestar em diferentes idades em cada indivíduo ou família. Mesmo recém nascidos podem ter catarata, por outro lado pessoas de idade avançada podem manter sua plena visão.
Os principais sintomas são:
- Mudança na percepção das cores
- Dificuldade para enxergar em ambientes muito iluminados
- Mudança do grau dos óculos
- Visão de arco-íris ou pontos flutuantes no campo visual
Uma curiosidade:
Um dos sintomas da catarata é o que chamamos de miopia de índice, ou seja o cristalino aumenta seu volume e as pessoas míopes ficam mais míopes ou hipermétrope tem seu grau diminuído. O míope vê bem de perto sem óculos. Quando vemos nossas avós enfiando a linha na agulha sem óculos esse pode ser sinal de que a vovó está desenvolvendo catarata !
Causas de catarata:
A catarata pode ser resultante de problemas genéticos, metabólicos, nutricionais e agressões ambientais como a exposição excessiva à luz solar. Pode ser secundária a outras doenças oculares e sistêmicas, porém o fator de risco mais relevante é a idade.
Tipos de catarata:
Senil: É o tipo de catarata mais comum, seu surgimento está relacionado ao avanço da idade. Aproximadamente aos 60 anos, a probabilidade de desenvolver a doença aumenta significativamente.
Congênita: É aquela que se manifesta na infância, podendo surgir do nascimento até os 10 anos de idade.
Traumática: Relacionada a lesões oculares (sejam elas perfurantes ou não).
Secundária:
Aparece em decorrência de outras doenças sistêmicas (por exemplo, a diabetes) e oculares (por exemplo, uveíte), e ao uso de alguns medicamentos, sejam eles usados em forma de colírios ou via oral. Destacam-se aqui os corticóides, que sabidamente podem induzir o surgimento de catarata e também aumentar a pressão intra-ocular.
Catarata na infância
A criança está sujeita basicamente à ocorrência de dois tipos de catarata distintos: o primeiro é a catarata congênita, ou seja, aquela que se manifesta ao nascimento do bebê. Seu principal sintoma é a pupila (comumente chamada de menina dos olhos) branca. O tratamento deste tipo de catarata deve ser imediato, de acordo com a gravidade do caso. Assim sendo, é importante um exame oftalmológico sumário de todos os recém-nascidos.
As cataratas congênitas podem ocorrer isoladamente ou associadas a outras alterações dos recém-nascidos. Alguns dos problemas mais comumente associados são a surdez e o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. É importante observar o comportamento e o crescimento das crianças para detectar tais problemas o mais precocemente possível.
O segundo tipo de catarata comum nas crianças é aquela provocada por traumas perfurantes produzidos por tesouras, lápis, canetas e outros objetos pontiagudos. Daí a importância de se selecionar atentamente os brinquedos das crianças, mantendo constante vigilância às suas atividades.
Muitos colírios prometem a regressão ou estabilização da catarata. Já se tentou homeopatia, vitaminas, filtros solares e anti-oxidantes. Nenhum deles mostrou comprovada eficácia. O tratamento é cirúrgico. Consiste na substituição do cristalino por uma lente intra-ocular definitiva. Costuma ser uma cirurgia rápida e de breve recuperação. A grande maioria das pessoas obtém bons resultados.
Quando operar?
A simples presença da catarata nem sempre é suficiente para indicar sua remoção. Deve-se levar em conta a acuidade visual do olho a ser operado, o estado de saúde geral do paciente e principalmente as possíveis alterações oculares coexistentes que podem interferir no resultado cirúrgico. Tais problemas também podem dificultar ou até contra-indicar a execução da cirurgia. O médico especialista é a pessoa mais bem preparada para indicar a hora certa da operação.
Pré-operatório:
O exame oftalmológico completo é o pré-requisito básico para se diagnosticar a catarata e antever os possíveis problemas. Em seguida, avaliando-se individualmente cada paciente, podem ser necessários alguns exames complementares que ajudariam a reduzir os riscos durante o ato cirúrgico. O paciente, principalmente aquele com idade mais avançada, deve se submeter a um check-up de saúde geral chamado comumente de risco cirúrgico. Ele pode ser feito por um médico clínico ou cardiologista que conheça bem o organismo do paciente a ser operado. Em situações especiais, pode ser necessária uma avaliação complementar por um médico endocrinologista, um neurologista, ou outros especialistas.
No pré-operatório os pacientes devem manter os medicamentos de uso contínuo, sempre comunicando o fato ao oftalmologista e/ou anestesista. Alguns colírios devem ser utilizados antes da cirurgia e é importante seguir corretamente a prescrição pós-operatória indicada pelo cirurgião. Com relação à alimentação, aconselha-se jejum de alimentos sólidos por pelo menos quatro horas antes da cirurgia, mas esta conduta pode variar de caso a caso.
Pós-operatório:
No período que se segue à cirurgia, alguns cuidados devem ser tomados pelo paciente operado a fim de garantir uma recuperação adequada. Não coçar o olho operado, protegendo-o sempre que necessário, evitar o contato direto com água e minimizar a exposição à ambientes poluídos, poeiras e vapores. É necessário reduzir temporariamente a atividade física e a execução de tarefas domésticas. Deve-se ainda ter cuidado com o caminhar, estando atento para pisos irregulares, tapetes e quaisquer outros obstáculos. Seguindo estas observações, assegura-se uma recuperação adequada da cirurgia.
Cuidados especiais:
Pacientes muito ansiosos e tensos podem necessitar de leve sedação, o que facilita o procedimento.
Todos os medicamentos tomados pelo paciente devem ser informados previamente à equipe cirúrgica. Alguns médicos sugerem a suspensão do uso de anticoagulantes, tais como a Aspirina, AAS e Melhoral Infantil até 10 dias antes da cirurgia, mas esta conduta não é consenso geral. Pacientes portadores de diabetes devem ter monitoração de seus níveis glicêmicos (glicose), pois estes interferem significativamente no metabolismo, podendo prejudicar a cicatrização.
Outros casos especiais devem ser considerados, analisando-se cada situação detalhadamente com o auxílio do médico especialista em questão. Um exemplo é a catarata infantil ou congênita onde o preparo, a anestesia e a cirurgia em si, bem como o uso ou não da lente intra-ocular, serão abordados de acordo com a idade, acuidade visual, tipo de catarata, presença de outra alteração concomitante e estado geral da criança portadora da catarata.
Lente Intra- Ocular
Para recompor o sistema óptico natural temos que substituir o cristalino natural por uma lente intra-ocular (LIO - cristalino artificial).
As lentes intra-oculares surgiram da observação de Harold Ridley - oftalmologista da força aérea inglesa - durante a 2a guerra mundial. Ele observou fragmentos das cabines dos aviões de caça - feitas de acrílico transparente - nos olhos de pilotos feridos em combate. Esses fragmentos permaneciam inertes dentro do olho. Teve então a idéia de usar o mesmo acrílico, o polimetilmetacrilato, para confeccionar lentes intra-oculares. As primeiras lentes eram muito pesadas e não conseguiam se manter na posição. Foram precisos 50 anos de pesquisas para chegarmos às modernas lentes utilizadas hoje em dia.
A Lente Intra Ocular (LIO) é uma lente definitiva. O paciente e as pessoas a sua volta não percebem a presença da LIO. Mesmo com a LIO costumam ser necessários óculos para se obter a melhor visão possível (em especial para perto).
Cada técnica cirúrgica exige um modelo especial de lente intra-ocular. A faco-emulsificação exige lentes dobráveis, que possam ser injetadas dentro do olho pela pequena incisão. Cada cirurgião de catarata tem as suas preferências - são lentes com as quais têm maior experiência e segurança de bons resultados. Na ausência do suporte capsular usamos lentes especiais de câmara anterior, ou as chamadas lentes de fixação escleral.
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